quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Vida de monge... Aiii, meu cabelo! Terromoto!!! Fui...

Nossa, faz quase um mês que não escrevo!!! Minha última publicação foi 04/09!!! Tantas coisas aconteceram:
- estava com cabelos cumpridos, agora estão curtos (não era meu desejo, vou contar a história...);
- o HD do meu computador de "pau" com TUDO, tentarei recuperá-lo no Brasil;
- até a câmera fotográfica pifou, mas está na garantia... consegui trocar por uma melhor! Uffffsss... pelo menos...
MUITA PURIFICAÇÃO!!!!!
Por outro lado, cheguei em Lyon!!!!!! Já reencontrei vários amigos queridos e já conheci muita gente bacana!!! Já nadei na lagoa do Parque Miribel Jonage, dancei forró, fiz um passei de Caiaque e voltei a estudar o francês...
"Infelizmente", não estou com as fotos de Pokhara, no Nepal. Elas estão no HD danificado. Por isso, contarei as histórias, mas as fotinhos e vídeos serão de Kathmandu para frente!
Vamos lá!!!
Após o tranquilo vilarejo de Lumbini, parti para a cidade de Pokhara. Aí, encerrei as visitas onde o mestre Sidharta Gotama, Buda Shakyamuni percorreu. Foram aproximadamente 8 horas de viagem em um microônibus popular! Havia apenas "euzinha" de turista e ninguém falava inglês.
Nos ônibus nepalenses, sempre há o motorista e o cobrador que fica na porta do ônibus e também faz o papel de "chamador" e "co-piloto". Como "chamador", ele vai gritando ao longo do caminho o nome do destino da cidade para pegar passageiros. E, como co-piloto, ele auxilia o motorista a passar com o ônibus em lugares estreitos, que é muito frequente, e para isso ele bate com a mão na lataria do ônibus para sinalizar que pode passar ou partir.
Nesse caminho, a primeira surpresa, passamos por uma festa típica Nepalense de um vilarejo, bem folclórico da região! Havia o vídeo, mas está no HD danificado.
Cheguei em Pokhara por volta das 8h. Quando sai do ônibus, todo o povo que recepciona os turistas me rodiavam. Eu dizia: No, thanks... No, thanks... Mas, não acho que eles não entendiam, não adiantava negar! Os caras continuavam a me seguir e quase não conseguia andar. Resolvi dar uma de louca e falei alto: "Please, leave-me alone! If you follow me I will call the police!" Todos me olharam surpresos. Alguns pararam, outros cotinuaram a insistir. Aí, fiquei brava e disse para os últimos: "Go away, why you are so boring? Tell me? Go away, please!" Em uns 3 minutinhos, estava livre de todos, devia ter feito isso das outras vezes! Funcionou! Não é meu jeito de ser mas, infelizmente, apenas assim os caras me deixaram em paz.
Fui para o ponto do táxi, negociei o valor e cheguei na rua principal da cidade. Haviam muitos hotéis, consegui um bom, com bom preço e uma vista maravilhosa para as montanhas do Himalaya e o lago Fewa! Magnífico...
Na rua principal de Pokhara haviam muitos restaurantes, cafés, lojas de roupas, bijouterias com pedras, sankas, loja de esportes, agências de viagens, massagens...
Os nepalenses são bem diferentes dos indianos. Não ficavam insistindo tanto para comprar as coisas, eram bem mais amáveis e educados. Senti-me tão bem que resolvi ficar mais tempo lá.
No dia seguinte conheci duas senhoras de Israel num restaurante, uma de 71 anos e a outra uns 80, que pique! Elas me deram todas as dicas do local!
Minha primeira aventura foi fazer paragliding: AMEI!!! Uma sensação de liberdade incrível, fora o friozinho na barriga das acrobacias aéreas... huhuuuuu...

Lagoa Fewa
Depois fiz um trecking de 3 dias nas montanhas. Outra experiência maravilhosa!!! No primeiro de trecking foi um processo de purificação, pois havia uma subida gigante por meio de uma escada de pedras de diferentes alturas e larguras de degraus que durou mais ou menos umas 3 horas, fora o sol de rachar que estava batendo. A paisagem era maravilhosa!!! Muitas cachoeiras!!! Quando chegamos no "Guest House", tomei um banho e capotei! Acordei apenas para a jantar e voltei a dormir... No dia seguinte, cedinho, acordei a música do mantra Om Mane Pame Hum ecoando por todo vilarejo. Sai do quarto e vi as montanhas e alguns picos de montanhas com neve... linda paisagem!!!
Nas montanhas há muitos vilarejos. As pessoas que moram lá vivem da agricultura orgânica e criam alguns animais como vacas e galinhas. Todos possuem um cesto de bambu que são amarrados com uma faixa grande. Essa faixa é colocada entre a testa e a parte superior da cabeça para carregamento de qualquer coisa até de pessoas enfermas. As crianças vão para escola de uniforme e algumas vezes andam quilômetros nas montanhas para chegar ao destino.
Quando voltei do trecking para Pokhara, reencontrei os amigos que tinha conhecido:
- Katie, australiana antopóloga que estava fazendo um estágio em uma ONG para desenvolvimento de leitura e escrita para as mulheres dos vilarejos;
- Rajam, um nepalense "figura", da casta superior dos Brahmans, mas para ele tanto fazia, uma criatura extremamente simpática, feliz e super da paz e amor;
- Axel, alemão queridíssimo, que está no último ano de medicina e passou 3 meses em um pequeno hospital de vilarejo nas montanhas próximo a Kathmandu. Ele me mostrou as fotos e condições do hospital e fiquei chocada! Tudo muito, muito, muito sujo e desorganizado!!! Mas, ele disse que as pessoas eram muito atenciosas e amáveis com todos os pacientes. A ambulância não tinha nenhum equipamento interno para pronto atendimento. Ele teve uma experiência e tanto...
Fiz um passeio com a Katie na lagoa Fewa num barco tipo pedalinho, com a Axel na scooter que ele havia alugado, muitos papos empreendedores com o Rajam, pois ele iria gerenciar um restaurante lá...
Foram dias maravilhosos, mas teve 2 em particular:
- o dia em que fui visitar um refúgio onde ficam os refugiados do Tibet, mas acabei chegando num monastério de jovens monges budistas que se chama Mate Pani Gumba. E, passei a tarde inteira no monastério conhecendo a vida e rotina dos pequenos queridos e conversando com um deles, o Darmat (se não me engano) que estava praticando a produção de tormas, que são um tipo de escultura simbólica que são oferecidas durante os Pujas, as preces budistas. O Darmat se ordenou com 10 anos de idade, ele havia uns 25 anos agora. Ele viveu 10 anos na cidade de Dharamsala na Índia, cidade onde mora o Dalai Lama e esteve com ele diversas vezes... Ele me indicou 3 lugares para visitar em Kathmandu: Swayambhu, Sita Paila e Narayan Thana, escrevi esses nomes num papel e guardei na mochila.
Sei que sai do monastério de alma abençoada. O Puja que participei foi cheio de energia boa e bençãos. Neste local o monge mais novo tinha 10 anos e o mais velho talvez era o Darmat... eles escolheram se tornar monges. Imaginem os corações desses seres que possuem uma agenda cheia de atividades o dia inteiro de ensinamentos para transformar a mente negativa em positiva, como gerar uma compaixão incondicional por todos os seres vivos!!! Tudo que vc perguntava lá, a resposta era compassiva, por exemplo, filmar, tirar fotos, eles me serviram chá, gente: sem pedir NADA em troca!!! NADA!!! Receberam-me com o maior carinho do mundo... Essa energia empregnou e sai de lá sorrindo para todo mundo e todo mundo sorria para mim também!!! Incrível!!! rsrsrs... Fiquei interessada em conhecer um monastério de meninas, pesquisei na internet e encontrei um que se chama Thrangu Tara Abbey... quem sabe não conseguiria visitá-lo também?
- e o "day after": ficaria mais 1 dia em Pokhara quando decidi cortar as pontas do cabelo, porque estava terrível!!! Fui num salão de beleza e massagens que acreditava ser o melhor... Expliquei que queria apenas cortar as pontinhas do cabelo, como 1 centímetro e ainda mostrei com os dedos. A mulher pegou a tesoura e CLEK, CLEK, CLEK! Cortou uns 6 centímetros, quando olhei para o chão e vi o que ela havia feito nas 3 primeiras tesouradas... pronto! Todo minha paz interior foi para o buraco!!! Falei para parar, peguei um pedaço do cabelo, perguntei para mulher se aquilo era um centímetro e sai do salão P da vida!!! Como pode... 3 anos para crescer...
Moral da história:
Que apego maldito, que me deixou tão irritada!!! O cabelo cresce de novo! Não morri ainda, estou viva!!! Outras coisas são muito mais relevantes! Mas claro, meu "eu" e minha vaidade são loucos!!! Ficar chateada, tudo bem!!! Mas, com aquela raiva que faz apenas eu mesma sofrer, que ignorância!!! Agora ficou muito mais fácil de entender porque os monges tosam o cabelo!!! Sei que minhas amigas que lerão este pedaço da história podem achar que radicalizei, mas eu acho que não... pois, agora após fazer um novo corte com os cabelos, eu gostei. Todas as sensações voltaram ao normal de novo... Que adiantou a raiva??? Quem sofreu??? É ignorância ou não??? E até acho que estou mais segura em muitas coisas... é o que sinto!
Cheguei em Kathmandu!!! Que cidade louca... Fiquei próximo a um bairro turístico que se chama Thamel!!! Cidade suja, heim... mas, mesmo assim muito melhor que a Índia!!! Nas ruas haviam muitas lojas, restaurantes e guest houses. O hotel que fiquei ainda era melhorzinho... encontrei uma vez uma barata gigante no quarto e outras menores. Havia o kit barata: copo e um papelão para jogar as bichinhas pela janela.
Em Kathmandu, visitei:
- Hanuman-dhoka Durbar Square: um quarteirão com diversos templos hindus no centro de Kathmandu;
- Swayambhu: um local sagrado budista com uma estupa gigante e diversas imagens de Budas;
- Bauddhanat: um outro local que há uma estupa gigante e um lindo gompa budista.
Sabem o que foi mais legal em Kathmandu: lembram das 3 dicas do monge Darmat em Pokhara? Um deles era Swayanbhu. O outro era Sita Paila. Não sabia o que era... mas,  fui perguntando para as pessoas e elas me apontavam o caminho. Cada vez mais me afastava do centro e me dirigia para a perifeira de Kathmandu. Resolvi parar num monastério que estava com os portões abertos e perguntei, a um homem que estava fotografando o monastério, se ele conhecia esse lugar: Sita Paila. Ele trocou algumas idéias com os outros senhores que estavam por lá e disse que era um pouco longe, mas disse que me levaria de carro... Ok! Bôra e dannyabad (obrigada em nepalês).  Ele me levou até o local que era adivinhem?  Sita Paila era o monastério Thrangu Tara Abbey que havia pesquisado na internet!!! O monastério de monjas!!! Não acreditei na coincidência, pois queria muito conhecer um monastério feminino!!!  Os portões estavam abertos e logo um moço que estava na recepção me apontava para entrar. Fui recepcionada de uma maneira extraordinária. Por uma monginha de mais ou menos 18 anos que me mostrou todo o monastério, levou-me no seu quarto onde ficavam mais duas monginhas, deu-me suco, ofereceu-me comida, ficamos conversando durante uns 30 minutos. Ela preciava sair para o mercado com as outras monginhas e disse para eu ficar a vontade no quarto dela até começar o Puja que participaria. Fique no quarto dela durante 1h30 lendo um dos 5 livros de darma (ensinamentos de buda) em inglês que ela havia deixado comigo!!! Que coisa mais linda... confiou em mim, sem hesitar... fiquei sozinha no quarto dela e ainda me ofereceu as frutinhas que possuia! Vocês entendem o que é isso? Essa demonstração de amor pelo próximo. Eu fiquei novamente num estado completamente feliz e após o Puja então, nem se fala!!! Como é forte e transformadora a pura compaixão!!! Quando alguém faz algo por você de coração sem nenhuma intenção em troca, apenas desejando a sua felicidade!!! Vejam o vídeo do monastério, do quarto dela e o GOMPA que ainda finalizavam as lindas pinturas de budas femininos nas paredes... Que experiência!!! Já pensaram se o mundo fosse assim?! Que lindo seria!!!
Segue o vídeo do monastério de Thrangu Tara Abbey:
P.S.: O aúdio do vídeo é o mantra da música que ecoava às 6h da manhã no vilarejo onde fiquei nas montanhas do Himalaya, em Pokhara.



Despedi-me de algumas monginhas e sai para rua, estava longe de tudo, mas saiba a direção que deveria seguir. Após 10 minutos de caminhada, passou um micro-ônibus que era um ônibus escolar. Ele parou e perguntou se queria uma carona para Swayambhu, subi no ônibus e agradeci muito o motorista e seu ajudante, quis deixar um dinheirinho mas acredita que eles não aceitaram!!! Nossa que especial!!! Mais uma vez, meu coração cheio de amor!!! Estava em estado de êxtase!!! Para finalizar, eles me deixaram em um local de Swayambhu que ainda não tinha visto e havia 3 estátuas gigantes dos Budas!!! DEMAIS...
Seguem mais fotinhos dos lugares onde visitei:



















Chegou o dia de voltar para Nova Deli, Índia. Que medo, mas segui com coragem!!!
Aterrizei em Deli no dia 7 para partir para Mancheter no dia 8 de setembro! No dia 7 resolvi ficar no hotel descansando, pois estava com aversão de sair nas ruas de Deli.
Neste mesmo dia houve um ataque terrorista em Deli, aí quando eram umas 21h30 bateram forte na porta do quarto de hotel, era só a polícia entrando no quarto, olhando minhas malas e pediram meu passaporte, questionando para onde fui, para onde ía... que chato!!! E para finalizar quando eram umas 23h30. VI A PAREDE DO QUARTO VIRAR UNS 20 GRAUS, seguido de um estrondo forte!!! Até postei no facebook porque se acontecesse algo, vocês já saberiam o que seria!!! Perguntei para a recepção e eles disseram que era normal o tremor, mas não na intensidade que foi!!! Após a minha volta para Lyon, houve um terremoto que atingiu Kathmandu, as montanhas no norte da Índia e Tibet, morreram mais de 140 pessoas... que triste isso!!!
Seguem as últimas fotinhos de Deli:

HORN PLEASE, USE "DIPPER" AT NIGHT




Bom, no dia 8 sai correndo da Índia ainda refletindo tudo que vivi por lá! Foi intenso!!! Ficou tudo borbulhando no meu coração... várias histórias para refletir, digerir e aprender!!!
Logo mais, saberão do meu reencontro com minha prima em Liverpool e minha volta a bela e encantadora cidade de Lyon!!!
E, meu novo visual, voila:



Espero que tenham curtido!!!

Saudadessss!!!

Um beijo no coração,
Claudia



















domingo, 4 de setembro de 2011

Cheguei no Nepal... um alívio!?

Voltei de Bodh-Gaia para Varanasi de... adivinhem? Trem... pensando que essa seria a última vez na vida que pegaria um trem na Índia. Desta vez, estava indo de primeira classe. Private place, com ar condicionado e tudo!!! Agora sim...


Totalmente acabada...




No dia seguinte fui para Kushinagar, cidade onde Buda morreu. Neste estágio iluminado, ele já possuía a realização da sabedoria de controle mental total e a sua morte consciente era da matéria física. Ele conhecia profundamente o estado de sua mente e sua compaixão para aqueles (nós) que sofriam e sofrem de estados mentais deludidos era pleno. Acredito que por isso, até hoje, após 2500 anos ainda há muitas pessoas se beneficiando com os ensinamentos deixados por ele. Isso não é incrível! Acredito que foi como Jesus Cristo e outros grandes seres puros e/ou iluminados...
A viagem de carro para Kushinagar foi uma caca... A agência de turismo disse que sairia às 5h para voltar as 19h. Eram aproximadamente 270 km para ir e mais 270 km para voltar. Sabia da longa viagem, mas resolvi arriscar.
O motorista Sussi foi me apanhar às 5h30 da manhã. Começamos a viagem e passei por diversas cidades... Mais miséria, pobreza e sujeira a olhos nús. Pegamos um mega congestionamento em uma das cidades e, ainda por cima, um policial rodoviário nos parou e alegou que o motorista estava sem cinto de segurança, o que não era verdade. Conclusão: ele teve que dar aquela caixinha para o policial não prender os documentos dele e do carro. O policial foi bem rude e autoritário, até fiquei com um pouco de medo...
Chegamos a Kushinagar às 14h!!! Ufffsss... A cidade era bem pequena, a atração era o local da morte de Buda Shakyamuni. Fui conhecer o local que havia um templo e uma estupa como nos outros lugares sagrados. Mas, desta vez não havia muitos turistas.
Uma coisa engraçada aconteceu. Estava em direção do templo, quando vi de longe um rapaz correndo em direção ao Templo, e logo a frente dele havia uns arbustos, havia apenas ele naquele momento no local. Nós nos encontraríamos numa encruzilhada de pedestre após uns 50 metros. Quando cheguei à encruzilhada ele estava sentado no chão imitando uma pessoa aleijada... Coitado!!! Dei gorjeta, não... sori!!! Aqui ao invés de falarem sorry, falam sori...
Dêem uma olhadinha nas fotos e vídeo:



















Comemos algo rapidamente e seguimos viagem de volta a Varanasi. Partimos ás 15h30 e chegamos às 23h30, super detonados!
No outro dia fui conversar com o Nandu, dono da agência. Neste dia era para eu ir para Lumbini, no Nepal, mas não rolava, pois estava super cansadae estressada também. A agência acabou me dando mais uma diária no Hotel para descansar e partir no próximo dia para Lumbini de... adivinhem? Trem!!! Oh my... e não era a first class...
Peguei o trem para uma cidade próxima a fronteira com o Nepal e de lá um motorista me levou até Sounali, próximo a fronteira com o Nepal, e pegaria um ônibus para Kathmandu.
Novas aventuras no trem. Estava no meu cantinho, tranqüila, quase dormindo, em um tipo de camarote do trem, daquelas com tipo de 2 triliches de cada lado, quando chegaram dois policiais com seus rifles. Aqui os policiais usam aquelas armas grandes , não só revólveres. E, um deles me chamou para mudar a posição de minha mochila. Eles não falavam inglês! Mudei a posição da mochila sem questionar nada, obedecendo. Os homens trocaram algumas palavras com o indiano que também ocupava um espaço e ficaram por lá em outros 2 espaços. O indiano que estava lá falava inglês e me explicou que eram seguranças do trem e pediram para ficar naqueles locais. Não tenho a mínima idéia porque pediram para mudar minha mochila de lado, mas tudo bem! Pela experiência que tive com o policial rodoviário, fiquei com medo desses caras. Mas, logo ao amanhecer eles se despediram e eu dei uma de “mané” agradeci e eles foram embora!!! Ainda bem!!! Período tenso com esses caras por perto!
Cheguei a cidade e agora iria de carro para Sounali na fronteira com o Nepal, mais algumas horas de viagem com outras 3 pessoas no carro (indianos) e o som no último volume com músicas indianas... praticando paciência total!!!
Chegamos à fronteira. Fiz o visa para entrar no Nepal. E, parei em um ponto de informações turísticas, fui super bem recebida por um oficial nepalense. Descobri que Lumbini era apenas 22 km de onde estava! Aí mudei de planos e comecei a traçar minha rota! A agência nem sabia disso?! Fui para Lumbini, fiquei em um guest house limpo e tranqüilo, aliás tudo era mais limpo. Quando entrei no Nepal, já senti outra energia!
Em Lumbini, ninguém tentou me explorar. Pelo contrário, pessoas muito simpáticas e tentando ajudar sempre!!! Que alívio... Comecei a gostar do Nepal naquele momento... E, decidi voltar para Índia apenas para pegar o vôo para voltar para Liverpool!!! Até agora ainda estou digerindo a Índia... não sei se gostei ou não! Sei que mexeu demais comigo!!!
Lumbini é a cidade onde há o local de nascimento do príncipe Siddartha Gotama no ano de 623 AC, num grande e lindo jardim, chamado hoje de Lumbini Garden. Há um grande jardim, onde no centro há o local do nascimento, um pequeno laguinho onde dizem que foi onde Gotama foi banhado pela após o nascimento e ao redor da área, há vários monastérios de diversos países, inclusive um centro de meditação Vipassana. Adorei este local, uma energia ótima! Fiz um vídeo e umas fotinhos para vcs conhecerem:
























Tenho que falar da história dessa última foto. Essa é uma corajosa mãe japonesa, desculpem-me mas esqueci o nome dela e da filha ao lado!
Ela estava no seu 4° mês no Nepal com 2 crianças: sua filha fofa (na foto) e um filho que estava vivenciando ensinamentos budistas no monastério japonês por 2 semanas. Disse que ela era bem corajosa de viajar com 2 crianças pelo Nepal. Ela respondeu que será bom para a educação dos filhos, uma vez que no Japão é tudo muito moderno. Eles (ela e o seu marido) querem mostrar aos filhos essa outra visão de vida, de mundo, ainda quando eles estão se formando. Então, o marido ficou trabalhando e ela está fazendo essa viagem com as crianças. Tenho certeza que isso é muito positivo, pois apenas em Lumbini acredito que eles experienciaram coisas bem diferentes para idade, além de conhecerem outras crianças em condições bem diferente da deles... Tiro meu chapéu para esse casal, por essa decisão!!!
Bom, as minhas visitas pelos lugares sagrados finalizaram, ao todo foram:
- Sarnath: onde Buda deu os primeiros ensinamentos e girou a roda do darma
- Bodh-Gaia: onde Buda passou 6 anos em retiro em uma caverna nas montanhas e se iluminou
- Nalanda: primeira Universidade Budista onde Nagajurna, Assanga e Vasubandhu passaram
- Ragjir: onde Buda deu ensinamentos tântricos
- Kushinagar: onde Buda morreu
- Lumbini : onde Buda nasceu

E eu, renascia novamente no Nepal. 
Ainda não consegui ter uma opinião concreta sobre minha vivência na Índia. A história nesse país foi forte para mim.
Em geral, os indianos são boas pessoas, mas ao mesmo tempo tentam tirar vantagem de tudo e quando eu comecei a percebe e reagir sobre isso, fiquei muito tensa e acabei aprendendo a lidar com isso! Como? Tentando me colocar no lugar do outro. Ajudou, porém não consegui fazer isso todas as mil e uma vezes. Fiz o que pude e em alguns momentos tive que ser firme também. Sempre refletindo e tentando aprender algo novo de minha reação e da reação do outro!
Resolvi ficar 2 dias em Lumbini. Estava bem gostoso e tranquilo por lá! Depois parti para Pokhara, uma cidade turística no Nepal conhecida pela cadeia de montanhas que se chama Anapurna, pela linda lagoa Fewa e também pela prática de vários esportes como: trecking, paragliding, rafting, caiaqui na lagoa Fewa, bicicross... E, MUITA NATUREZA, DELÍCIA!!! Escreverei também sobre um monastério onde passei uma tarde inteira!!! Será a próxima postagem...

Para finalizar, hoje ouvi uma definição de felicidade hoje que gostei muito e compartilho no vídeo abaixo com vocês. No final do vídeo, há a frase: The happiness is the heart being free, podemos traduzir como "A felicidade é a liberdade do coração"!



Foi mais um poquinho das minhas experiências para vocês!!!
Esperam que estejam gostando!!!

Mãos em prece: obrigada!!! Dárniabad (como se fala obrigada em Nepalês)!!!

Saudades!!!

Beijos no coração,
Claudia